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"NOSSA MISSÃO PREGAR O EVANGELHO "


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estudo

obras da carne

 

A Mente Carnal

"Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz" (Romanos 8:6).

Uma das maiores ameaças ao bem-estar de qualquer igreja local é a mentalidade carnal que seus membros podem ter.  A mente carnal é a "morte"; é "inimizade contra Deus"; "não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar"; "não pode agradar a Deus" (Romanos 8:6-8).  Que contradição uma igreja alegar ser "de Cristo" quando as pessoas que a compõem têm a mente carnal que não pode agradar a Deus!

A mente carnal pode ser mais bem entendida se a compararmos à mente do Espírito.  Aquele que tem a mente espiritual tem consciência de Deus.  E sempre vivendo dessa forma, ele enxerga a Deus como um companheiro constante; alguém que observa cada palavra, ato e pensamento; o doador de toda boa dádiva; aquele que o protege de dia e de noite o guarda.  Ele "anda com Deus"; agradece a Deus; louva a Deus; confia em Deus; vê em Deus a fonte da força; ele "pensa" em Deus ­ e faz tudo isso diariamente.  Em contrapartida, a pessoa de mente carnal tem os pensamentos voltados sobretudo para as coisas deste mundo, fazendo delas o maior interesse de sua vida.  Ela pensa em carros, roupas, barcos, esportes, aparelhos de som, videocassetes, venda de ações, viagens e aposentadoria antes do tempo.  A pessoa de mente espiritual fixa sua mente nas coisas de cima, ao passo que a de mente carnal a põe nas coisas da terra (Colossenses 3:2).

A pessoa que tem a mente espiritual realmente ama a leitura das Escrituras e a adoração de Deus.  Diante da opção de participar de um estudo bíblico em que estaria cercado de pessoas que pertencem a Deus e da opção de ir a um lugar de divertimento, em que estaria rodeado de gente mundana, sua preferência seria o estudo.  A pessoa de mente carnal, por outro lado, vai ao culto, mas o faz ou por hábito ou simplesmente para atender às exigências.  Acha pouco prazer na lei do Senhor ou em adorá-lo.

A pessoa de mente espiritual olha em direção ao céu e anseia estar lá.  Alegra-se nesta vida, mas a antecipação de ver a Deus e o seu Senhor Jesus freqüentemente toma conta da sua mente e a estimula.  À medida que envelhece e o homem exterior mostra cada vez mais os sinais da degradação, seu homem interior encontra o renovo diário por meio da fé aumentada e do desejo em relação àquilo que não se vê.  Para o homem de mente carnal, em contraposição, a velhice é uma ameaça; ele busca inutilmente agarrar-se a sua mocidade; raramente pensa no céu, mas praticamente entra em pânico ao ver que quanto mais ele tenta segurar com tenacidade esta vida, mais ela lhe escapa das mãos, passo a passo.

A mente carnal é Ananias e Safira, tramando para conseguir o louvor dos homens em cima de uma mentira.  A mente carnal é Diótrofes, amando a preeminência e governando com uma atitude de "ou você se submeta ou saia da minha frente".  A mente carnal são os falsos mestres de Corinto, obtendo o controle por meio da arrogância, das falsas comparações, das representações enganosas e da escravidão de seus seguidores. A mente carnal são os próprios coríntios, gloriando-se na sabedoria humana e demonstrando inveja, contendas e divisões.  A mente carnal são aqueles a quem Paulo escreveu:  "Pois todos eles buscam o que é seu próprio, não o que é de Cristo Jesus" (Filipenses 2:21).  A mente carnal é qualquer pessoa que vive para este mundo e para a aprovação dos homens, em vez de viver para o céu e para a aprovação de Deus.

Portanto, não precisamos ser imorais, obviamente, para termos a mente carnal; tampouco precisamos deixar de ir aos cultos ou de contribuir como nosso dinheiro.  Podemos ir a todo culto da igreja, levar uma vida de boa moral, dar com liberalidade e ainda assim termos a mente carnal.  Podemos até ser nomeados presbíteros ­ presbíteros de mente carnal, nomeados para aquela função por uma congregação de mente carnal que fica cada vez mais carnal debaixo da influência de seus pregadores e de seus presbíteros de mente carnal. Você acha isso exagerado. Não há gente de mente mais carnal nas Escrituras que os fariseus religiosos, que estavam cegos, sem poder enxergar a sua mentalidade carnal, porque buscavam atender minuciosamente aos aspectos externos.  Conhecemos poucos na igreja do Senhor que não correm o risco sério de morte por causa desse mesmo erro.

O remédio do Espírito para a mente carnal é:  "E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus" (Romanos 12:2).  Renovação da mente!  Transformação!  Metamorfose!  Livrar a mente das disposições e dos interesses carnais, enchendo-a com as disposições e os interesses espirituais! Essa é outra forma de dizer: "Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo" (Colossenses 3:16).  Não é tarde demais.  Deixe que ele te molde.  A felicidade eterna está em jogo.


A Fornicação: A Defesa do Sexo Endeusado

Os desejos sexuais não devem ser objeto de ódio ou de vergonha.  Podemos, e devemos, celebrá-los como um dom precioso.  Deus é o autor deles (Gênesis 1:27; 2:22-24) e os declarou bons (Gênesis 1:31).  O nosso Criador projetou o sexo não apenas para aumento do prazer físico e do bem-estar dos cônjuges no casamento, mas também para facilitar a expressão de seu carinhoso compromisso.  Se o sexo, feito na intimidade do casamento, pode ser puro e santo (veja Hebreus 13:4; Romanos 13:1), não devemos imaginar que o nosso desenvolvimento espiritual seja mais bem atendido se negarmos a importância dos atos físicos do amor.  O apóstolo Paulo admoesta sem rodeios aos casais:  "Não vos priveis um ao outro, salvo talvez por mútuo consentimento, por algum tempo, para vos dedicardes à oração e, novamente, vos ajuntardes, para que Satanás não vos tente por causa da incontinência" (1 Coríntios 7:5).

Lamentavelmente, todas as boas dádivas de Deus para o homem, dentre as quais o sexo, foram tristemente corrompidas.  As intimidades sexuais, tão proveitosas dentro da estrutura protetora do amor e do compromisso do casamento, podem voltar-se contra o homem de modo destrutivo, quando este permite que elas ultrapassem seus verdadeiros limites.  O Espírito Santo tem o hábito de falar desse "sexo solto" como "fornicação".  O termo em geral identifica toda perversão da capacidade sexual humana em intercurso ilícito, de natureza heterossexual, homossexual ou bestial. O adultério, o sexo antes do casamento, o incesto, a sodomia, o lesbianismo, etc. não passam de formas específicas de fornicação.

Ao contrário da opinião equivocada de alguns, a fornicação não tém a distinção de ser o primeiro nem o maior pecado.  O orgulho maligno chega muito mais perto dessa desonra.  No entanto, o preço que a fornicação tem exigido do homem, no que diz respeito à solidão, à infelicidade e à angústia, é tão desanimador que mal podemos imaginar suas conseqüências.

Quem pode descrever com a devida propriedade a degradação terrivelmente dolorosa da concubina levita que morreu ao segurar à porta do hóspede de seu marido, em Gibeá, após ter sido estuprada e abusada pelos homens da cidade de noite até a manhã (Juízes 19)?  Quem pode contar os lares desintegrados e os filhos abandonados, ou medir a dor e as cicatrizes profundas que brotam desses "casos" impensados em nossos dias?  E quem pode imaginar completamente os efeitos devastadores do abuso incestuoso de crianças em nossos dias?  A culpa e a autodiscriminação impiedosamente dominam a mente e destroem a paz e a alegria.  A angústia do que comete o erro e da vítima bradam lamentavelmente.

Paulo não apenas considera a fornicação um daqueles atos "manifestos" da carne, mas também o põe no topo da lista "carnal" de Gálatas 5:19-21 e raramente escreve a seus irmãos de várias regiões do mundo sem alguma admoestação especial para que a evitem (veja Romanos 13:13; Efésios 3:3-4; Colossenses 3:5; 1 Tessalonicenses 4:3).  Ele insistiu com os coríntios para que "fugissem da fornicação", explicando que "qualquer outro pecado que uma pessoa cometer é fora do corpo; mas aquele que pratica a imoralidade peca contra o próprio corpo" (1 Coríntios 6:18).  As intimidades sexuais fora do compromisso de amor do casamento contradizem ao propósito para o qual o corpo foi criado.  Por serem contra a natureza, não podem deixar de ter conseqüências prejudiciais sobre o homem em geral.

Na raiz desse mau uso destruidor do sexo reside a alienação do homem em relação a Deus.  Desesperadamente só, o homem busca compensar a sua perda numa busca desesperada por amor e aceitação.  O desejo sexual, agora desprovido de amor puro, torna-se uma cobiça impessoal, egoísta.  Assim, aquilo que Deus determinou ser um servo a manifestar o amor, torna-se um tirano que o suprime.  E o corpo padece da desonra enquanto isso se dá (Romanos 1:24).  Mas tenha esperança, meu amigo, há saída para os fornicadores!

A vitória sobre a fornicação (mesmo a do tipo homossexual) ocorre sobretudo no coração e na mente.  Aí se deve lutar e vencer.  A luta começa com uma profunda aceitação da responsabilidade pessoal (veja Romanos 1:21-26; 1 Coríntios 5), com um arrependimento genuíno (2 Coríntios 7:9) e com uma determinação sincera de deixar o sexo pervertido e todas as formas de perversidade e se agarrar em Deus (Atos 2:38; 17:30).

Somente com a plena reconciliação com Deus, podemos ter esperança de banir a solidão da alienação e quebrar o encanto do sexo endeusado (2 Coríntios 5:20; 1 Coríntios 6:9-11).  Com o amor e a reverência cada vez maiores por Deus, devemos lançar-nos completamente sobre a graça de Deus.  Paulo afirma:  "Andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne" (Gálatas 5:16).  Não há promessa de triunfo sobre a fornicação se for esse exclusivamente o nosso objetivo.  Essa vitória é obtida no coração disposto a realizar toda a vontade de Deus.  Aí aprendemos o amor que recebe o prazer sexual com gratidão, mas não o venera.


A Lascívia: O Poço de Pecado

Dela, pouco se fala.  Ao lermos o texto, passa despercebida.  Talvez achemos difícil pronunciá-la. Deve ser realmente terrível, perversa, corrupta.  Mesmo ao pronunciá-la, sentimos que precisamos do famoso sabão na boca para limpá-la.  Na verdade, é o poço do pecado.

Se você se sente assim com respeito a essa palavra, então fico contente.  É pelo menos um indício de que a sua vida não está sendo corrompida pela lascívia.  Isso porque a lascívia opõe-se diretamente à vergonha do pecado.  É o pecado que se esqueceu de como "ficar vermelho".  É um procedimento desavergonhado ­ sem limites, sem impedimentos, avançando apressadamente sem restrições.  Se alguma vez você montou um cavalo em disparada, talvez você entenda o sentido disso.  A todo vapor, fica extremamente difícil controlá-lo.  Ele corre, avançando para onde quer.

Paulo nos passa essa acepção da palavra quando escreve:  "Os quais, tendo-se tornado insensíveis, se entregaram à dissolução" (Efésios 4:19).  São aqueles que perderam a capacidade de "sentir" o grau da gravidade de seu pecado.  O pecado deles não os incomoda mais, e pouco lhes importa quem tome conhecimento.  A Versão Revista e Atualizada usa a palavra "insensíveis".  Examinando o contexto desse texto, podemos observar expressões como:  a vaidade dos pensamentos, obscurecidos de entendimento, ignorância, dureza de coração.  Claramente, a pessoa não está pensando com clareza.  O discernimento entre o certo e o errado ficou escurecido e o pensamento enganoso tomou o comando.  Isso no fim resultará na incapacidade de enxergar o erro. Parecerá que está bem, e aceitável ­ "todo o mundo faz".

A palavra carrega a noção de "licença". Ela transmite a idéia de que uma pessoa dissoluta é alguém que crê ter o direito de fazer o que faz. Em Gálatas 5, Paulo levanta a questão da liberdade. "Para a liberdade foi que Cristo nos libertou" (5:1). Mas ele adverte: "Não useis da liberdade para dar ocasião à car-ne" (5:13). Liberdade não é libertinagem. Liberdade implica policiar-nos ­ restrin-gindo-nos, controlando-nos. Não há lugar para cavalos em disparada aqui.

Propositadamente evitei de fazer qualquer aplicação.  Agi assim porque quis pintar um quadro o mais abrangente possível do significado dessa palavra.  Claro está que sua aplicação encontra-se sobretudo no âmbito dos pecados sexuais ou sensuais.  É conhecida pelos seus companheiros: orgias, bebedices, promiscuidade sexual (Romanos 13:13); impurezas, fornicação (2 Coríntios 12:21); concupiscências (1 Pedro 4:3).  Mas não posso deixar de ressaltar que esses textos, assim como Gálatas 5, mostram pecados como contendas, ciúmes, iras, dissensões, facções, maledicências, difamações, arrogâncias, idolatrias.

Enfim, estou dizendo que a dissolução é a base de muitos pecados.  A dissolução, embora seja um pecado específico, deve ser vista como uma postura que temos para com os nossos pecados ­ sexuais ou de outra ordem.  Pode ser designada como uma postura "não-me-importa/não-quero-nem-saber".  O coração ciumento e a língua difamadora não encontram raízes na cegueira ilimitada no que diz respeito à culpa verdadeira desses pecados?  "Se eu fizer, não é fofoca."  O que semeia contenda e dissensão não tem a vaidade de pensamentos em que encontram apoio para agir como agem?  Não se envergonham desse procedimento desavergonhado.  São arrogantes e voluntariosos por causa da dureza de seu entendimento.  "O meu caso é justo."  O que fomenta a falsa religião nem pensa em redecorar a casa de Deus.  O cavalo segue solto, galopando!

É impressionante que, na tentativa de se livrarem da culpa e da vergonha, tornam-se escravos da pior espécie.  Enganados e seduzidos pelos seus desejos, são como escravos do barco amarrados aos remos de seus desejos ­ remando em direção às suas concupiscências.  Pedro fala dos falsos mestres que "proferindo palavras jactanciosas de vaidade, engodam com paixões carnais, por suas libertinagens . . . prometendo-lhes liberdade, quando eles mesmos são escravos da corrupção, pois aquele que é vencido fica escravo do vencedor" (2 Pedro 2:18-19).

Que devemos fazer?  Seria de grande ajuda fazermos um estudo cuidadoso e refletido de 2 Pedro 2.  Esse texto trata desse pecado mais que qualquer outro capítulo da Bíblia.  Também precisamos ouvir a Pedro em , quando diz que o mundo "estranham que não concorrais com eles ao mesmo excesso de devassidão".  Nossas vidas devem ser diferentes.  Paulo afirma:  "Já é hora de vos despertardes do sono . . . deixemos, pois, as obras das trevas e revistamo-nos das armas da luz . . . Andemos dignamente . . . e nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências" (Romanos 13:11-14).  Evitar esse pecado não acontecerá por acaso.  Requer consciência, esforço concentrado de nossa parte.  E, se nos encontrarmos envolvidos nele, devemos saber que podemos ser perdoados.  Arrependa-se! (2 Coríntios 12:21)


Guardar Rancor e Estourar de Raiva

Uma senhora escreveu para um escritor de um jornal com os sentimentos feridos.  Ela tinha sido convidada para jantar na casa do filho pela primeira vez após o casamento, e sentou-se à esquerda dele, enquanto a mãe da esposa se sentou à sua direita, contrariando as regras da etiqueta.  Ela pretendia nunca mais retornar à casa do filho.

Se eu fosse o filho, provavelmente me teria sentido culpado exatamente por essa falha de etiqueta, não porque eu pretendesse insultar minha mãe e honrar minha sogra, mas porque ignoro completamente as sutilezas das finezas sociais.

Será que nós, como cristãos, guardamos mágoa contra outras pessoas por negligências reais ou imaginárias? Se aquela mãe cumpre a promessa de nunca mais visitar o filho, haverá inimizade entre eles e uma fila de simpatizantes de um lado ou de outro que podem nem saber o que ocasionou a inimizade.

Dessas pequenas coisas advêm as divisões e as facções na igreja. 

 Podemos ter algum entendimento dessa obra da carne quando entendemos o fruto do Espírito que se lhe opõe, o amor, como revela Mateus 22:39, Romanos 3:10 e Mateus 7:12.  Amamos o próximo como a nós mesmos quando não causamos mal a ele e não lhe fazemos nada que ele não quer.

O ódio é vingativo, retaliatório, produzindo rancor e mágoa em relação às outras pessoas.  Além de causar dano às outras pessoas, é prejudicial para aquele que o nutre no coração.  Torna-o amargurado e o corrói por dentro.  Praticar essa obra da carne é possuir as qualidades que produzem inimigos.  Podemos ter inimigos, mas eles não podem surgir por causa da nossa malfeitoria.  Paulo disse:  "Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens" (Romanos 12:18).

As seitas e as facções brotam das inimizades.  Os problemas nas congregações muitas vezes se atribuem a "conflitos de personalidade".  Fico pensando se não seria melhor dizer "inimizades".

Dizemos que alguém estourou quando perde o controle.  O ferro de um martelo ou de um machado escapando do cabo pode causar muito prejuízo (veja Deuteronômio 19:5).  Iras significa ira acalorada ou paixão, surtos ou ataques de raiva.  Essa obra da carne é perigosa para os cristãos como o é o cabo solto do machado numa floresta cheia de homens trabalhando.

Nos ataques de raiva, a língua se solta e as coisas são ditas sem que se possa voltar atrás.  Tiago compara a língua ao fogo, do qual uma só faísca pode causar um grande incêndio (Tiago 3:5-6).  Quem se ira com facilidade age tolamente, atiça a contenda e transborda na transgressão (Provérbios 14:17; 29:22).  "Cruel é o furor, e impetuosa, a ira" (Provérbios 27:4).  O presbítero não deve ser rápido em irar-se, nem ser dado a brigas (1 Timóteo 3:3; Tito 1:7).

Algumas pessoas se orgulham de ser irascíveis, achando que isso denota resistência ou força, mas o escritor de Provérbios afirmou:  "Melhor é o langânimo  do que o herói da guerra, e o que domina o seu espírito, do que o que toma uma cidade" (Provérbios 16:32).  Outros justificam os seus acessos de raiva dizendo:  "Eu sou assim mesmo, nasci desse jeito", passando a culpa para Deus, que os fez, os para os antepassados de quem pensam ter herdado esse traço.  Mas podemos controlar-nos.  Devemos despojar-nos da ira (Colossenses 3:8).  Não nos seria mandado fazer algo de que não fôssemos capazes.

As obras da carne e o fruto do Espírito não se combinam.  Não é possível produzirmos o fruto do amor e ao mesmo tempo nutrir inimizades no coração, e não podemos exercer o domínio próprio, um fruto do Espírito, e ter acessos de raiva; mas o amor, fruto do Espírito, eliminará as inimizades, e o domínio próprio nos impedirá de "estourar".

Os bebês em Cristo que, antes de ser filhos de Deus, eram culpados de inimizades e de iras, podem experimentar problemas com elas.  Nós que já somos crescidos não.  Já devem ter sido eliminadas.  Os cristãos jovens devem crescer nisso bem como em outras áreas.  Antes de relacionar as obras da carne e o fruto do Espírito, Paulo disse:  "Andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne" (Gálatas 5:16).  A palavra escondida no coração nos impedirá de pec ar (Salmos 119:11).

Alguém que por um instante fracasse na questão das inimizades e da ira pode encontrar o perdão de Deus por meio do arrependimento, da confissão e da oração.


 O Ciúme,
a Inveja e a Contenda


  ciúmes é o desejo de ter o que outra pessoa possui. Era originariamente uma palavra boa e referia-se ao desejo de imitar uma coisa nobre da outra pessoa.  Mais tarde a palavra passou a ser associada com um desejo lascivo daquilo que pertencia a outra pessoa.  Salomão reconheceu a vaidade (inutilidade) desse pecado quando disse:  "Então vi que todo trabalho e toda destreza em obras provêm da inveja do homem contra o seu próximo" (Eclesiastes 4:4).  Tentar "seguir o padrão de vida do vizinho" é um pecado que não somente nos impedirá de ir para o céu, mas também mesmo nesta vida nos tirará a satisfação (Filipenses 4:12-13).

Embora o ciúme simplesmente cobice a riqueza e a honra  dos outros, a inveja é algo que se faz acompanhar de rancor.  A inveja não é necessariamente querer para nós mesmos, mas simplesmente querer que seja tirado do outro.  A inveja é o sentimento de infelicidade produzido por presenciarmos a vantagem ou a prosperidade do outro.  Os invejosos se incomodam com os sucessos dos amigos.

O ciúme e a inveja são sempre seguidos da contenda na igreja (Romanos 13:13; 1 Coríntios 3:3).  Quando nos magoamos por causa daquilo que outros conquistaram, quer financeiramente, quer na reputação, a ambição egoísta nos torna arrogantes contra o nosso irmão (Tiago 3:14).  O ciúme dos coríntios para com os pregadores gerou contenda e divisão (1 Coríntios 3:3-4).  Os irmãos ciumentos estão associados com a contenda, com a ira, com as disputas, as maledicências, a difamação, a arrogância e as perturbações (2 Coríntios 12:20).  O ciúme e a inveja levaram os irmãos de José a querê-lo morto, geraram a rebelião de Coré, levaram Caim a matar Abel, o Sinédrio a matar Jesus e aprisionar os apóstolos.  Muitos hoje e no primeiro século pregam e pregaram a Cristo movidos pela inveja (Filipenses 1:15).  São zelosos pela causa de Cristo, mas esse zelo é motivado pelo desejo de desacreditarem outros irmãos.

A contenda nasce da inveja, da ambição e do desejo de prestígio, de posição e de destaque.  É o espírito que nasce da competição desmedida e ímpia.  A contenda corre solta quando os cristãos odeiam ser superados.  Domina quando o homem se esquece que só o que se humilha pode ser exaltado.  Os irmãos invejosos e competitivos cobrem o seu pecado com debates "consagrados" sobre as palavras e sobre as questões controversas (1 Timóteo 6:4-5).  Que a nossa posição a favor da verdade não seja obscurecida com o motivo pecaminoso da inveja que nos conduz à contenda.

Uma vez que a contenda entra na igreja, o culto passa a ser inviabilizado.  Os cristãos, e mesmo os presbíteros e pregadores, ficam tão preocupados com os seus direitos, dignidade, prestígio, práticas e procedimentos que fica impossível haver uma atmosfera que dê margem ao louvor e à adoração.  Com o ciúmes e a inveja no coração, não podemos fazer julgamentos justos; o julgamento parcial só gera mais contenda.  A adoração a Deus e as disputas dos homens não combinam.

O ciúme e a inveja parecem ser os últimos pecados a desaparecer da vida do Espírito.  Após a longa lista que Paulo apresenta de pecados da carne e do fruto do Espírito em Gálatas 5, ele conclui o seu pensamento com a advertência:  "Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.  Não nos deixemos possuir de vanglória, provocando uns aos outros, tendo inveja uns dos outros" (5:25-26).  Ninguém acusou os apóstolos durante o ministério de Jesus de fornicação, impureza, sensualidade, idolatria, feitiçaria, embriaguez e orgias ­ mas na noite antes de Jesus morrer, eles eram invejosos e cheios de contenda (Lucas 22:24).  Não é necessário participar do trabalho da igreja por muito tempo para descobrir que fonte eterna de problemas é a inveja.

Como corrigimos o espírito invejoso e ciumento em nós mesmos?  "Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram.  Tende o mesmo sentimento uns para com os outros; em lugar de serdes orgulhosos condescendei com o que é humilde; não sejais sábios aos vossos próprios olhos" (Romanos 12:15-16).  "Finalmente, sede todos de igual ânimo, compadecidos, fraternalmente amigos, misericordiosos, humildes, não pagando mal por mal ou injúria por injúria; antes, pelo contrário, bendizendo" (1 Pedro 3:8-9).

"Ora, é em paz que se semeia o fruto da justiça, para os que promovem a paz" (Tiago 3:18).  Todos estamos tentando ceifar uma colheita resultante da boa vida, mas as sementes que produzem essa colheita jamais podem brotar numa atmosfera que não seja aquela com os relacionamentos corretos.  O grupo em que há inveja e contenda é um solo infértil, em que não pode crescer nenhuma colheita justa.


Discórdias, Dissensões, Facções

Que dor!  Que sofrimento!  Que tristeza!  Tudo porque alguns na igreja estão inclinados a seguir por um caminho com "discórdias, dissensões, facções" (Gálatas 5:20).  Geralmente são coisas que se associam para causar tristeza para o cristão e grande prejuízo ao corpo de Cristo.  Quem nunca viu essas "obras da carne" trabalhando e se intrometendo nas várias igrejas de Cristo?

A discórdia é "vã ambição" com o objetivo de ganhar seguidores.  Uma pessoa com o espírito de discórdia está tão tomada de seus desejos pessoais e ambições que para ela a pureza, a paz e a santidade da igreja podem ser sacrificadas.  A discórdia exige uma "divisão" dos irmãos, e é improvável que alguém tomado desse espírito esteja disposto a ficar sozinho.  Ele buscará outras pessoas para acompanhá-lo na separação, apoiando sua "posição" e criando facções sectaristas.  O padrão é progressivo.  A pessoa facciosa permanece em meio à igreja enumerando os seus seguidores.  Essa postura, levada à conclusão lógica, traz divisão, a qual leva às facções estabelecidas, que buscam outras pessoas para integrar a sua "causa".

Nada há mais feio ou mais prejudicial do que aquele que professa ser um seguidor do Príncipe da Paz ao mesmo tempo que demonstra uma agressão voluntariosa contra os irmãos.  Os que sectarizam a igreja como em "Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo" (1 Coríntios 1:12) são advertidos:  "Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá" (1 Coríntios 3:17).  O cristão que se envolve com qualquer uma das obras da carne não apenas se fere, mas prejudica a igreja.  As brigas levam à discórdia, as discórdias levam às dissensões e as dissensões levam às facções.  O resultado é trágico. O avanço do evangelho é impedido, os fiéis são desencorajados, o irmão fraco é prejudicado e a desconfiança geral, a intranqüilidade e dúvida predominam.  Mas, o que é mais triste, quase sempre, perdem-se almas!

Quando o homem vai aprender que a palavra de Deus não reserva nada de bom para aqueles que têm em mente a "preeminência", os seguidores pessoais, a divisão entre os irmãos ou a formação de facções no corpo de Cristo?  O Espírito Santo é inequívoco sobre esse assunto.  "Evita o homem faccioso, depois de admoestá-lo primeira e segunda vez" (Tito 3:10).  "Noteis bem aqueles que provocam divisões e escândalos . . . afastai-vos deles" (Romanos 16:17).

Seria bom que ficássemos avisados sobre algumas das coisas que podem levar à participação nessas impiedades.  Nenhum de nós está imune contra a tentação de transformar a popularidade em orgulho, os elogios em transigência, o talento em tirania, as habilidades em vantagem e as aptidões em suposta superioridade.  Alguns desejam ser mestres, "não compreendendo, todavia, nem o que dizem, nem os assuntos sobre os quais fazem ousadas asseverações" (1 Timóteo 1:7).  Outras deviam ter crescido espiritualmente, mas não cresceram (1 Coríntios 3:1-3; Hebreus 5:12-14), permanecendo como crianças, carnais e sem desenvolvimento.  Essa paralisia infantil cria um material ideal para o faccioso buscar um adepto.  Outros, com falta de coragem ou de convicções, dobram-se aos presbíteros teimosos, "dominadores dos que vos foram confiados" (1 Pedro 5:3), ou a algum Diótrofes autodesignado e servidor de si mesmo, a quem temem que vá expulsá-los da igreja (3 João 9-10).

"De onde me virá o socorro."  Um apelo forte, firme e insistente para um "assim diz o Senhor" e para um compromisso pessoal com um ato autorizado, cada um de nós fazendo a nossa parte, fará muito para impedir a destruição da força e da unidade do corpo.  A indiferença, a frouxidão e a transigência da verdade contribuem para um sementeiro fértil para esses e outros erros ­ ao passo que a vigilância, o zelo junto com a convicção e a firmeza impedirão bastante o avanço deles em qualquer igreja ou indivíduo.  Não é provável que qualquer pessoa que verdadeiramente busque em primeiro lugar o reino de Deus (Mateus 6:33), que ame os santos, seus irmãos, "de coração . . . ardentemente" (1 Pedro 1:22) e que estime outros cristãos melhor do que ela (Filipenses 2:3) seja facilmente tomada pela dissensão, pela discórdia e pelas facções.  Isso seria incoerente!

Usando o plano de Deus, podemos acabar com tal iniqüidade.  "Se há, pois, alguma exortação em Cristo, alguma consolação de amor . . . se há entranhados afetos e misericórdias . . . penseis a mesma cousa . . . nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo" (Filipenses 2:1-4).  A discórdia, a dissensão e as facções não podem ter sucesso num ambiente desse.  Seja forte!


Embriaguez, Folias
É fácil ver a relação entre essas duas palavras, pois, embora seja possível que alguém esteja bêbado, ou seja alcoólatra, sem participar de folias, seria difícil tomar parte de folias sem estar embriagado.  Esse assunto não pode ser uma questão de opinião ou de discernimento pessoal:  são obras da carne pecaminosas e proibidas; portanto, qualquer pessoa que pratica isso não herdará o reino.  Para ser salvos, devemos crucificar o velho homem, e buscar o perdão por meio de Jesus Cristo.

Sabendo que essas coisas trazem a ruína espiritual, a nossa tarefa neste artigo é principalmente de definição e de entendimento de como fazer as nossas vidas se conformar, de bom grado, à sua vontade.  Não podemos meramente ser indiferentes, nem apenas nos afastar dessas práticas: devemos sentir a mesma revolta pelas obras da carne que o nosso Pai celeste.


A embriaguez

Há pessoas religiosas chamando-se "cristãs" sem condenarem a embriaguez?  A maioria concorda que a prática do alcoolismo é pecaminosa, embora alguns achem desculpas dizendo tratar-se apenas de uma enfermidade.  A maioria dos especialistas e conselheiros em medicina concordam em que seja uma doença ou um vício, já que o álcool é uma droga. Entretanto, ainda que de fato passe a ser uma doença ou um vício, o que não se pode vencer sem ajuda, ela começa com a prática consciente e deliberada do pecado.  Ela implica:  Œ falta de domínio próprio (Romanos 12:2; Gálatas 5:23); não pensar no resultado que terá sobre as outras pessoas (Romanos 14:13-15:3; 1 Coríntios 8); e Ž recusa de refletir sobre a necessidade e o poder da influência (Mateus 5:13-16; 1 Pedro 2:11-12, 15-16).  Poucos bêbados ou alcoólatras tencionaram ser assim.  Isso me lembra uma história que se passou poucos anos atrás numa igreja do oeste do Texas, igreja essa grande e fraca, a qual enviava questionários a novos pregadores em potencial.  Uma das perguntas formuladas era:  "Você bebe?".  Ainda bem ­ mas a seguinte um choque:  "Quanto?".  Um ex-pregador de uma grande igreja (e mais tarde diretor de uma faculdade teológica) certamente jamais sonhou quando começou a tomar alguns drinques em festas sociais, e mais um pouco para aliviar o seu "estresse", que sob a influência do álcool ele teria um acidente de carro e mataria duas mulheres.  Quando se começa a beber, vai-se na direção errada: em direção à embriaguez e ao vício do álcool.

A estatística de morte, destruição, angústia e massacre causados pela ingestão de álcool é estarrecedora demais para não levarmos em conta.  Seria extremamente difícil encontrar qualquer coisa boa para dizer sobre qualquer coisa que ainda remotamente se relacionasse com a fabricação das bebidas alcoólicas.  Causa muito prejuízo.

Folias

Como se disse anteriormente, só a definição mostra por que esta obra da carne se encontra em tão desonrosa companhia ­ a lista dos atos humanos mais vis e baixos.  Não conheço nenhum dicionário, vocabulário ou comentário que tenha qualquer coisa boa para dizer sobre a folia.  Esta palavra se acha condenada em Romanos 13:13, Gálatas 5:21 e em 1 Pedro 4:3 ; e num sentido secundário, em 2 Pedro 2:13.  Uma definição mais abrangente associa-a à lascívia, às orgias, às bebedices, aos tumultos, às festas, às práticas sensuais, à intemperança tumultuosa e às festas excessivas

Irmãos e irmãs em Cristo, devemos permanecer afastados dessas obras da carne ­ em pensamento, em palavra e em ação!


"Tais Coisas"


"Andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne" (Gálatas 5:16).  O contexto ressalta a razão ­ "porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer" (Gálatas 5:17).  Do versículo 19 ao 21, Paulo alista alguns desejos da carne e emite uma advertência severa, dizendo que os que praticam essas coisas "não herdarão o reino de Deus".  Ele não poderia ter especificado cada desejo carnal pelo nome em tão curto espaço, nem nós poderíamos presumir que cada autor tinha de identificar cada ato pecaminoso ao advertir os irmãos contra as práticas pecaminosas.

Uma parte pequena desse texto deixa bem claro que isso não é necessário.  No fim da lista de práticas condenadas lemos:  "Invejas, bebedices, glutonarias e cousas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais cousas praticam" (versículo 21).

Os desejos e as práticas da carne que se acham em categorias semelhantes aos pecados especificados certamente acham-se também condenados com aqueles identificados pelo nome.  Os que fazem coisas assim estão perdidos!

Há anos os irmãos vêm entendendo, com raras exceções, que a autoridade genérica em determinada área inclui tudo naquela área geral, e não é necessário especificar tudo que seja prática autorizada dentro do genérico.  Não podemos também ver um princípio semelhante no inverso ­ os pecados de uma classe de práticas são todos condenados sem especificar todo ato pecaminoso pelo nome?

Há quatro áreas de "desejos carnais" identificadas neste texto: os desejos e as práticas sexuais pecaminosas, junto com aquilo que tende a nos incitar; atividades religiosas falsas; posturas e ações contra o próximo; e práticas que destroem o domínio próprio da pessoa.

Nos termos fornicação, impureza e dissolução todo tipo de ato e desejo sexual pecaminoso é condenado, junto com aquilo que tende a produzir esse tipo de concupiscência.  Não era necessário nomear cada objeto sexual ilícito para que todos fossem condenados.  A fornicação é abrangente o bastante para englobar tudo.  De modo semelhante, cada ato, palavra e pensamento que incitasse a concupiscência sexual ilícita no homem e na mulher é condenado pelos termos usados.  As roupas indecentes, o contato corporal e os gestos insinuantes na dança, a linguagem torpe e as fotos pornográficas, etc., não precisam ser especificamente mencionadas.  São coisas assim.

Nos termos idolatria e feitiçaria, podem se identificar vários tipos de religião falsa.  Menciona só duas formas específicas de rejeitar a Jeová em nossa fidelidade e lealdade.  Qualquer ato que causasse a subversão de nossa lealdade ao Senhor  e exaltasse qualquer pessoa ou coisa acima dele é condenado por esses termos e coisas assim.

Todos os termos especificamente mencionados no versículo 20, e as invejas do v. 21, mostram os pecados de atitude e prática contra o próximo.  Outras palavras de outros lugares podem ser citadas para realçar essa questão ­ o amor é uma lei de ação para com o outro, e qualquer ato ou pensamento que tendesse a transformar essa lei de ação é pecaminoso.  Veja Romanos 13:10.

Os termos embriaguez e folias têm relação com a falta de domínio próprio.  Muitas coisas condenam a embriaguez, mas uma das mais evidentes é a perda do controle em todas as áreas ­ da razão, da emoção e do físico; somos, entretanto, ensinados de muitas formas a ter autocontrole.  As folias são definidas como a entrega e a conseqüência da embriaguez. Qualquer coisa em que nos metamos que resulte em não exercitar o domínio próprio é algo que devemos evitar.  Os que participam de jogos esportivos e os seus fãs.  Muitas vezes são culpados de perderem completamente o autocontrole.  Tudo isso certamente não agrada ao Senhor.

A falta de espaço não nos permite avançar na discussão deste assunto, mas há muito mais "coisas assim" em outros textos do que há neste.  Suponhamos que tivéssemos uma série de itens específicos para tudo sobre o que refletíssemos, fossem coisas negativas, fossem positivas.  Não poderíamos carregar uma Bíblia dessas.  As categorias amplas e genéricas são apresentadas claramente, segue-se depois a simples reflexão de que a prática de "coisas assim" é errada.

Mas encerremos com um aspecto positivo, retornando ao pensamento com que começamos.  "Andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne".  Se permitirmos que o Espírito nos guie, não precisaremos nos preocupar com o erro.  O Espírito nos conduzirá no caminho certo pela palavra.


Semeando para a Carne ­
Ceifando Corrupção


O evangelho é sem dúvida boas novas para o homem perdido.  Ele nos fala do amor de Deus e de como, por sua graça e misericórdia, os mortos espiritualmente são vivificados(Efésios 2:1-8).  Ele oferece cura para os enfermados pelo pecado e descanso para os que levam pesados fardos.  Com gratidão e alegria, homens humildes responderam à mensagem e por meio da fé em Jesus Cristo escaparam da escravidão da iniqüidade.  Como benfeitores do sacrifício de Cristo, foram libertos de um estado de pecado realmente desesperador e foram feitos filhos e herdeiros de Deus (Romanos 8:15-17).  Agora vivem como filhos da luz, sendo exortados a andar "de modo digno da vocação a qual fostes chamados" (Efésios 4:1).

As práticas da carne não foram facilmente descartadas por muitos dos filhos de Deus.  Os velhos costumes custam a passar, sobretudo se o compromisso da pessoa for incerto ou se o crescimento foi retardado pela insuficiência na nutrição ou na prática espiritual.  A estrada que conduz à ruína está sempre aberta e facilmente é encontrada por aqueles cuja mente não está firmemente posta nas coisas de cima.  Mesmo as pessoas mais justas podem tropeçar se baixarem a guarda e deixarem de "vigiar e orar".  Será sempre necessário que os mestres fiéis ajam como vigias e advirtam sobre o mal iminente que espera os que praticam o pecado.

Paulo já havia advertido os gálatas sobre as conseqüências de andar na carne (Gálatas 5:21), e em sua epístola a eles mais uma vez implora para que se lembrem da lei de Deus acerca da colheita:  "Não vos enganeis:  de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará" (Gálatas 6:7).

Que o pecado produz desastre e tragédia deve ser óbvio para o homem honesto.  Vivemos em um mundo que foi marcado e aleijado pela rebeldia do homem contra Deus.  O pecado continuará a arruinar e destruir os que tolamente o abraçam.

Em primeiro lugar, pense que para praticar o pecado violamos o propósito que o Criador tem para nós.  O homem foi feito à imagem de Deus e, embora revestido de carne, é um ser espiritual.  O homem não se rebela "naturalmente" contra o seu Criador.  Não prefere "por natureza" e escolhe as paixões degradantes da carne, resistindo às veredas da justiça.  Na verdade, sua inclinação natural o encaminha para ter prazer na lei de Deus no homem interior (Romanos 7:22).  Isso significa que o homem intuitivamente reconhece a natureza superior a "justiça" inerente dos princípios da verdade.  Para que o homem viole esses princípios, ele tem que primeiramente voltar-se contra si mesmo.  Suas circunstâncias passam a ser semelhantes aos pensamentos expressos por Paulo:  ". . . pois não faço o que prefiro e sim o que detesto" (Romanos 7:15).  Esse homem leva uma vida de conflito interno constante, perdendo respeito próprio e a paz de espírito, até que por fim a voz da consciência é calada e o engano próprio substitui a honestidade (1 Timóteo 4:2; Romanos 1:21-22).  Uma transformação degradante começa, a qual o levará cada vez mais longe de Deus.  Não nos surpreende que Paulo advertisse aos gálatas que viver pela carne destruiria toda a espiritualidade do homem  "Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer" (Gálatas 5:17).  Cristão, tome cuidado!  Um retorno ao pecado fará de você a mais infeliz das criaturas:  "Com eles aconteceu o que diz certo adágio verdadeiro:  O cão voltou ao seu próprio vômito; e:  A porca lavada voltou a revolver-se no lamaçal" (2 Pedro 2:22).

Andar na carne também gera conflitos com o nosso próximo.  É por isso que os homens mordem e devoram uns aos outros (Gálatas 5:13-15).  O homem carnal fica desconfiado, sem fé, insensível.  O ódio dele e a intolerância que tem para com os outros é um reflexo de seu próprio vazio e insatisfação com a vida.  Ele pode apresentar uma fachada dizendo que é feliz, mas na verdade não pode escapar dos momentos inevitáveis em que a vida é medida e ele deve perguntar:  "Isso é tudo?".

A maior tragédia do pecado é declarada por Paulo em Gálatas 5:21:  "Eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais cousas praticam".  Paulo refere-se aqui à existência eterna do homem com Deus no céu (Mateus 25:34; 2 Pedro 1:10-11), e não poderia haver um apelo mais solene feito para incitar o homem a andar no Espírito.

A natureza do pecado (rebelião contra Deus) determina que Deus não pode associar-se com os que se lhe opõem, e o desejo do homem de andar contrariamente às leis de Deus demonstra que ele não é digno dessa comunhão.  O homem que tolamente prefere os prazeres sórdidos e profanos da carne aos tesouros de Deus virá a conhecer o máximo de horrores.  Ele conhecerá uma eternidade intocada pela presença de um Deus justo e amoroso.  Para sempre não terá mais acesso a todo bem e a toda coisa de valor que em qualquer momento existiu.

"Não vos enganeis . . . Porque o que semeia para a sua própria carne da carne colherá corrupção" (Gálatas 6:7-8).